quarta-feira, 10 de agosto de 2011

7 razões para não chamar músicos de “levitas”


Sei que esse assunto já foi batido e rebatido várias vezes, por isso é possível que esse texto não apresente nenhuma novidade para alguns irmãos. Entretanto, gostaria de compilar aqui algumas das melhores razões para não usarmos a expressão levita para designar as pessoas que tocam e cantam no “período de louvor”. E mesmo que você não use o termo, proponho que leia pelo prazer de ver a história da salvação se desenrolando na figura do sacerdote.
Com isso, desejo não apenas levar irmãos a repensarem esse costume, mas também mostrar que a teologia por trás do sacerdócio levítico é muito mais bela, ampla e grandiosa do que parece. Quero deixar claro (antes que alguém objete) que uma igreja pode usar essa expressão e ainda realizar cultos de adoração verdadeira, e que ninguém será condenado pelo uso do termo. Entretanto, não há nenhuma boa razão para cometer esse erro deliberadamente. E, creio, qualquer desvio do ensino bíblico, mesmo os que parecem mais simples, podem ser portas para distorções perigosas. Por isso, sugiro que líderes e pastores levem em consideração o que está exposto aqui.


1) Nem todos os levitas eram músicos

A Bíblia relata, é verdade, que existiam levitas envolvidos com a música no antigo Israel. Vemos corais e bandas formados por membros da tribo de Levi e voltados exclusivamente para esse ministério. Entretanto, também lemos sobre levitas que cuidavam de outras atividades cultuais, como o sacrifício, e aqueles que se envolviam em tarefas administrativas e operacionais.
Sei que alguns defensores da expressão “levita” sabem disso. (Por exemplo, o polêmico concurso “Promessas” admite isso em seu site oficial). Ainda assim, preferiu-se ignorar todas as outras funções associadas ao ministério levítico e concentrar-se apenas nessa. Por quê?
Alguns entendem que é por estrelismo dos músicos, mas prefiro pensar que há um motivo mais profundo – a valorização medieval de funções “sagradas” em detrimento de funções “seculares”. Varrer o chão, organizar culto, carregar coisas – qualquer um faz. Adorar, somente os crentes. Há um fundo de verdade aí, mas também há uma ignorância quanto ao chamado geral de Deus para humanidade. Tanto o administrador quanto o zelador podem glorificar a Deus em suas respectivas funções. Isso não é um culto público, mas é um culto.
Assim, alguém responsável por assuntos cotidianos como arrumar cortinas do templo poderia “ser tão adorador” quanto Asafe, o compositor. E um músico no culto público pode estar profanando o nome de Deus – se seu alvo não for a glória do Criador.


2) O chamado levítico originalmente envolvia toda a humanidade

Um dos assuntos mais interessantes da Bíblia é a teologia do local de adoração. Quando Adão e Eva foram criados, eles receberam um chamado de glorificar a Deus por meio do casamento e da procriação, do domínio sobre a natureza e do descanso no sétimo dia. E eles foram colocados em um Jardim, onde poderiam adorar o Criador e exercer a função de guardar e cuidar do Éden.
Algo que passa despercebido pela maioria dos cristãos é que Moisés e outros autores bíblicos repetiram certas expressões e símbolos sobre o Jardim do Éden quando falavam sobre o tabernáculo e o templo. Ou seja, o Éden era um “templo” que deveria ser guardado pelos primeiros levitas – Adão e Eva. O termo “lavrar e guardar” (Gn 2.15) é a mesmo usado para as funções dos levitas em Números 3.7-8, 8.26 e 18.5-6. O chamado de adoração e cuidado com o “templo” é um chamado geral, dado a nossos primeiros pais, assim como o casamento, a família, o trabalho e o descanso.

“Se o Éden é visto como um santuário ideal, então talvez Adão deva ser descrito como um Levita arquetípico” (Gordon J. Wenham)1


3) O levita tinha um papel de mediador, assumido por Cristo

Como ungidos do Senhor, os levitas tinham um papel de mediar a Aliança entre Yahweh e o povo de Israel. Eles não eram simplesmente pessoas que “ministravam a adoração” para a congregação. Muitos veem o povo realizando sacrifícios e entendem que aquilo era o paralelo de nossos momentos de louvor hoje. Há certa relação, mas os sacerdotes faziam muito mais.
Como mediadores, eles exerciam o papel de representar Deus para o povo e representar o povo para Deus. É por isso que esse era um cargo de extrema importância e perigo. Se o levita chegasse contaminado na presença de Deus, ele estava dizendo que a nação estava em pecado. Se ele chegasse maculado na presença de Israel, era uma blasfêmia – “Deus” estava corrompido. Eles não estavam simplesmente realizando cultos, eles tornavam o culto possível.
Hoje, esse papel é cumprido perfeitamente por nosso sacerdote e cordeiro Jesus. Como perfeito Deus e perfeito homem, ele pode posicionar-se como representante de Yahweh diante do povo e representante da igreja diante de Deus. Como afirma o Apóstolo, “há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Tm 2.5). Assim, o ministro de louvor hoje é meramente alguém dependente do verdadeiro mediador, aquele que torna o culto possível, o Senhor Jesus.


4) Jesus não é representante do sacerdócio levítico

Entretanto, apesar de sacerdote, Jesus não pode ser considerado um levita. Um motivo para isso é biológico – ele não é descendente de Levi, mas de Judá. Como ele poderia assumir a função sacerdotal? O segundo motivo é teológico. O autor de Hebreus ensina que Jesus é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 5.10).
O Salmo 110 (não sem motivo o texto do Antigo Testamento mais citado no Novo) nos fala de um rei-sacerdote que se assenta no trono de Davi. De fato,o próprio Davi cumpriu certas funções sacerdotais sem ser realmente um levita. Como isso seria possível? Isso acontece porque esse sacerdote é da mesma ordem de um misterioso personagem de Gênesis 14, um rei de Salém (note as sílabas finais de uma tal Jerusalém) chamado Melquisedeque.
Esse personagem, por estar envolto em tanto mistério, é considerado uma figura de Cristo. Ele era “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus” (Hb 7.3) e tanto rei de justiça, quanto de paz (7.2). Assim,valorizar demais o sacerdócio levítico pode nos levar a renegar uma ordem superior, a de Melquisedeque, por quem vem a perfeição (Hb 7.11).


5) A Nova Aliança, da qual fazemos parte, tornou o sacerdócio levítico caduco

O autor de Hebreus vai mais além e diz que o sacerdócio da ordem de Arão foi revogado. Diante da superioridade de um sacerdote que é eterno (Hb 7.24), mediador de uma Aliança superior (Hb 8.6), ele conclui que o sistema anterior era fraco e não podia aperfeiçoar (7.18,19).
Usando o relato sobre Abraão e Melquisedeque, o autor de Hebreus mostra que, quando o Patriarca entregou seus dízimos ao Rei de Salém, estava ali comprovado que o sacerdócio levítico era inferior ao sacerdócio de Jesus. Como assim? Ele explica que a tribo de Levi era responsável pelo recolhimento do dízimo no antigo Israel. Mas o que vemos em Gênesis? Um antepassado dos levitas entregando as ofertas e sendo abençoado por outro sacerdote! Levi, ainda nos lombos de Abraão (7.10), colocou-se debaixo da autoridade de Melquisedeque. Como sabemos, somente o maior abençoa o menor (7.7).
Assim, depois dessa interpretação pouco usual (mas inspirada), o autor de Hebreus conclui – a Nova Aliança envelheceu a primeira, que está velha e prestes a acabar (8.13). Assim, fazer referência a essa instituição em cultos neotestamentários é exaltar as sombras que passaram, que não aperfeiçoam (10.1) e são fundadas no que é terrestre e passageiro (8.2).


6) Em Cristo, todos somos sacerdotes

Unidos a Cristo, somos tratados como portadores de sua perfeita vida de obediência e, assim, podemos ser considerados sacerdotes. Um dos chamados de Israel era ser um reino de sacerdotes (Êx 19.6) – justamente a posição que Adão falhou em cumprir. O apóstolo Pedro aplica essa expressão à igreja e afirma que somos sacerdócio real (1 Pe 2.9).
Da mesma forma que a humanidade foi chamada, no primeiro Adão, para guardar o Éden, a nova humanidade, no último Adão, é chamada a ministrar na Nova Criação. Todos os crentes são chamados a adorar e oferecer sacrifícios (Rm 12.1), não apenas uma classe especial de pessoas. É isso que chamamos de sacerdócio universal dos crentes.


7) Cria uma divisão entre crentes “levitas” e “não-levitas”

A última razão é mais prática que teológica. Em muitas igrejas, essa separação entre “ministros de louvor” e a congregação gera uma perigosa classificação de espiritualidade. É claro que pessoas que se colocam à frente da congregação (e, de certa forma, ensinam e lideram o rebanho) devem tomar um cuidado especial em relação a suas atitudes e serão responsabilizados mais rigorosamente.
Entretanto, isso não coloca necessariamente os cantores e músicos em algum tipo de posição diferente, como alguém mais consagrado, um foco maior de ataques do inimigo, imune à críticas, etc. Tanto pastores, quanto músicos e “leigos” são aceitos por Deus por meio da fé em Cristo, porque ele viveu e morreu de forma perfeita por nós. Diante de Deus, todos têm 100% de aprovação.
Ao mesmo tempo em que músicos e cantores devem estar atentos para que não caiam, eles precisam se lembrar de que a cruz nivela tudo – somos todos merecedores da ira eterna, somos todos considerados perfeitos por Deus. Em Cristo, não em Levi, todos somos templo,sacrifício e sacerdotes. Se Deus nos uniu assim, quem somos nós para separar?

Fonte: iPródigo

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Hermes Fernandes - O DNA do Rock

Neste Mês se comemora o Dia Mundial do Rock, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), como uma homenagem ao megaespetáculo Live Aid, ocorrido nesta mesma data em 1985, com o fim de arrecadar fundos para combater a fome na África.

Muito se tem dito acerca do Rock, e alguns chegam atribuir sua paternidade ao diabo. Por causa disso, nem todos olham com bons olhos a influência que o rock tem exercido na música cristã contemporânea.

Afinal de contas, o diabo é ou não o pai do rock?

Para respondermos a esta questão, que tal apelarmos a um exame de DNA?

Vamos examinar as origens deste ritmo que tem embalado jovens por várias gerações.

Apesar de no decorrer de sua história o rock and roll ter ficado mais marcado por astros brancos, deve-se aos negros, escravos trazidos da África para as plantações de algodão dos Estados Unidos, a criação da estrutura rítmica e melódica que seria a base do rock. Os cantos entoados pelos negros durante o trabalho, no início do século XX dariam origem ao Blues (do inglês azul, usado para designar pessoa de pele escura, bem como tristeza ou melancolia). Focado basicamente no vocal, o blues era geralmente acompanhado apenas por violão.

Enquanto o blues se desenvolvia nos campos e pequenas cidades, nas grandes cidades por sua vez tocava-se o jazz, baseado na improvisação e marcado por bandas maiores e arranjos mais elaborados, com percussão e instrumentos de sopro.

Por um outro lado, nas igrejas evangélicas desenvolvia-se a música gospel negra, que embora obedecendo as escalas de blues, caracterizavam-se por ritmo frenético, canções de redenção e esperança para um povo oprimido. A música era acompanhada por piano ou órgão.

A economia de guerra e o desenvolvimento da indústria havia levado mais gente dos campos para a cidade, forçando o relacionamento entre brancos e negros e a tensão social e racial mas também favorecendo a influência mútua entre a música negra (blues e seus derivados) e a música branca (principalmente country e jazz). Da fusão do blues original com os ritmos mais dançantes dos brancos surgiu o rhythm and blues, que levou a música negra ao conhecimento da população consumista.

No início da década de 50, com o final da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos despontavam como grande potência mundial. A população de maneira geral (inclusive as minorias) pela primeira vez tinha dinheiro para gastar com supérfluos como música. Com o anúncio da explosão de bombas atômicas pela União Soviética e um possível "fim do mundo" a qualquer momento, a ordem geral era aproveitar cada momento como se fosse o último.

Em pleno crescimento econômico capitalista o consumo era considerado fator primordial para geração de empregos e divisas, bem como o melhor antídoto contra o comunismo, e a busca por novos mercados consumidores era incessante. Obviamente a parcela mais jovem da população rapidamente se mostrou mais facilmente influenciavel e ao público adolescente pela primeira vez foi dado o direito de ter produtos destinados ao seu consumo exclusivo, bem como poder de escolha.

Estranhamente, porém, os jovens brancos, em grande parte, se negavam a consumir a música normalmente consumida pela maioria branca. Começaram a buscar na música dos guetos algo diferente.

A aceitação deste tipo de música pelo público de maior poder aquisitivo levou a incipiente indústria fonográfica da época a investir na evolução do estilo e procura e contratação de novos talentos, principalmente na procura de um jovem branco que pudesse domar aquele estilo aliando a ele uma imagem que pudesse ser vendida mais facilmente. Tornaram-se comuns os relançamentos de versões de músicas dos negros regravadas por artistas brancos, que terminavam por tirar os verdadeiros criadores do estilo do topo das paradas.

A mistura explosiva da empolgante música negra com o consumismo branco adolescente havia sido feita... a explosão era questão de tempo....

Mas quem teria sido o homem que mereceria ser coroado como responsável pela "criação" do rock and roll? Obviamente um estilo musical tão complexo não poderia ter sua invenção atribuída incontestavelmente a apenas um indivíduo ou grupo de indivíduos. Mas se alguém merecesse ter seu nome associado à "criação" do rock como o conhecemos este alguém não seria Elvis ou Bill Haley ou Chuck Berry ou nenhum outro cantor ou band leader. O "inventor" do termo rock and roll e grande responsável pela difusão do estilo foi o disk jokey Allan Freed, radialista de programas de rhythm and blues de Cleveland, Ohio, que primeiro captou e investiu na carência do público jovem consumista por um novo tipo de música mais energética e primeiro percebeu o potencial comercial da música negra.

Portanto, apesar de muitos terem usado o ritmo para fins pouco louváveis, o rock não é filho do diabo, mas a fusão de várias influências musicais, entre elas, o gospel.

Fonte: Blog Hermes C. Fernandes

NOW ROCK AND ROLL
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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pode se colher uvas de uma figueira?



Estamos colhendo os frutos de uma igreja que não é a Igreja de Cristo!
Estamos vivendo dias de vergonha para o Evangelho de Cristo!
Se hoje os cristãos do Brasil são 14% da população segundo o último Censo do IBGE, por que não fazemos diferença na sociedade brasileira?

Primeiro foi o STF, seguido pelo STJ, que reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo! Agora com o advento do “mercantilismo gospel”, cantores seculares estão querendo abocanhar sua fatia deste novo mercado.

Mas o mais interessante é que quem quer dar o ponta-pé inicial é o cantor Latino!
Famoso por suas letras cheias de lirismos e perolas da Língua Portuguesa, como “Festa no apê”, “Propostas Indecentes”, “Festinha Prive”, entre outras, agora quer visar o universo evangélico, segundo entrevista ao Ego.

As declarações do cantor são no mínimo estarrecedoras: "Não quero me tornar evangélico, mas sei que posso falar de Deus de uma maneira ousada e jovial”...

E para realizar este novo projeto que ainda não possui um nome, ele pretende reunir grandes cantores evangélicos, e diz mais: ‘Precisamos ficar de olho no mercado musical e sempre buscar novas inspirações. Eu mesmo quero compor as músicas que falem de Deus de uma forma bem alegre, com romantismo também. Vou trabalhar muito para me consolidar também nesse meio”!

Agora vamos pensar juntos, o que vamos fazer a respeito?

Se já é difícil de conviver com pastores e ministros de louvor que se vendem à fortuna e a fama, que deixaram de servir a Deus para servir a Mamon, agora seremos bombardeados por uma enxurrada de canções pseudocristãs de pessoas que nunca conheceram verdadeiramente a Cristo!

Pergunto, como você escolhe as canções que você ouve e canta durante os cultos? Você se deixa levar pelos ministrantes e não observa o que realmente a letra diz, ou analisa o texto da canção e a vida de quem a esta cantando?
Seus pastores e ministros vivem o que pregam e o que cantam?
Os cantores e compositores do meio cristão estão cantando a palavra de Deus?
O que tem inspirado estes artistas? É o verdadeiro Evangelho ou este evangelho barato e triunfalista, que tem distorcido a Verdade com os olhos focados no lucro fácil e no status social de pop-star gospel?

Até quando iremos seguir este molde vazio e pecaminoso?
Até quando faremos girar este “Mercado Gospel”, onde até a Bíblia tem que possuir “n” benefícios para vender mais?
Até quando vamos pagar altas somas de dinheiro a pregadores, cantores e bandas que dizem se inspirar na Palavra de Deus para exercerem seus dons?
Pois uma coisa é viver do ministério, através de ofertas voluntárias, como Paulo viveu, a outra é estipular um “cachê” exato e alto para exercer aquilo que Deus no deu de graça!

Vamos virar esta mesa! Vamos desfraldar a bandeira do verdadeiro Evangelho! Vamos cantar as Escrituras! E muito mais do que isso, vamos viver as Escrituras! Isso vale mais do que mil palavras e dez mil canções!

Esvaziemo-nos de tudo o que nos afasta de Cristo!
Nos acheguemos a Ele de joelhos dobrados, certos de que Ele é misericordioso para nos perdoar e nos conduzir ao verdadeiro caminho da Adoração! Pois afinal, Ele busca adoradores que o adorem e espírito e em verdade!

God Bless!

Stay Tuned!
Wanderson Zingoni

Jesus Rock’s

sexta-feira, 6 de maio de 2011

kevin DeYoung - Porque adorar com tantas palavras?

E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia. Hebreus 10.24-25

Talvez você já tenha se perguntado por que o culto cristão é tão carregado de palavras. Talvez você ou a sua igreja tenham sido criticados por serem muito proposicionais, por ouvirem demais, por serem muito… prolixos. Bem, aqui estão vinte e cinco razões pelas quais a proclamação verbal – através da leitura, louvor, cânticos, orações e pregação da Bíblia e das verdades bíblicas – deveria ter lugar proeminente na vida da igreja:

1. A fé vem pelo ouvir (Romanos 10.14-15). Não podemos clamar por Jesus se não crermos nele, e não poderemos crer nele se não ouvirmos dele pelos lábios de alguém que anuncia. A fé começa nas palavras.

2. Deus criou dons e ministérios de palavras para edificar a igreja (Efésios 4.11-12).

3. Deus cria através de sua palavra (cf Gênesis 1 e Colossenses 1.16). O ato divino da criação é sempre um ato verbal.

4. Deus regenera através de sua palavra. Nascemos de novo pela viva e permanente palavra de Deus (1 Pedro 1.23). E “palavra” aqui não é meramente Jesus Cristo, mas a pregação de Pedro recebida pelo povo (verso 25).

5. O povo de Deus é chamado a seguir seus mandamentos e cumprir a lei. Jesus exortou “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” (João 14:15; cf Deuteronômio 11.1). Não podemos amar se não formos obedientes, e são podemos obedecer se não formos intruídos na lei de Deus. É por isso que o Salmista não apenas se alegra na pessoa de Deus, mas também se regozija em seus decretos e estatutos (Salmo 119.16,24).

6. Há, por toda a Bíblia, uma inconfundível prioridade de ouvir sobre ver. Ao contrário das religiões populares da época, Deus insistiu que seria um Deus invisível (cf Exôdo 20.3-4). Quando Moisés pediu para ver Deus, o Senhor recusou, dizendo “Você não poderá ver a minha face, porque ninguém poderá ver-me e continuar vivo”. Pelo contrário, Deus fez sua bondade passar adiante de Moisés ao proclamar seu nome – “o SENHOR” – e declarando seu caráter – “Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia, e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão” (33.19). A fé bíblica é acreditar no que esperamos e a certeza das coisas que não se vêem (Hebreus 11.1; cf 1 Pedro 1.8).

7. Tudo que conhecemos do culto congregacional da igreja primitiva é saturado de palavras. Mesmo que não saibamos muito sobre o culto da igreja primitiva pela Bíblia, nós sabemos que eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos, comunhão, partir do pão e oração (Atos 2.42). Sabemos que se dedicavam à leitura pública da Escritura (1 Timóteo 4.13). Sabemos que entoavam hinos, palavras de instrução, revelações, línguas e interpretações (1 Cor 14.26). Em outras palavras, enquanto podemos fazer algumas inferências e julgamentos cuidadosos sobre o papel das artes visuais nesses cultos, podemos saber com certeza que eram cheios de palavras.

8. Jesus Cristo é a pré-existente, encarnada e eterna Palavra de Deus (João 1.1). Algumas vezes questionam se o foco de nossa adoração deve ser a Palavra (Jesus), e não a palavra (Bíblia). Certamente isso é verdade. Nós adoramos a Cristo, não as Escrituras. Mas esse questionamento vai longe demais se afasta completamente a Palavra encarnada de Deus (Jesus) e a palavra de Deus (Escritura). Não acreditamos que a Bíblia é Jesus Cristo, mas não podemos esquecer a conexão entre a Palavra e a palavra. Deus criou através do Logos eterno – sua sabedoria, sua fala, sua voz e sua palavra. Ao mesmo tempo, sabemos que Deus criou por e em Jesus Cristo. As duas verdades demonstram que o Logos é o agente mediador de toda criação e revelação, seja pela Voz Divina ou pela pessoa encarnada de Jesus Cristo. Em outras palavras, a Palavra que nós vemos revelada e incorporada em Jesus é a mesma Palavra que encontramos nas páginas da Escritura.

9. Paulo dá alto valor ao máximo de inteligibilidade no louvor da igreja (1 Coríntios 14.1-25). Há momentos e lugares para ambigüidade e sutileza. O culto congregacional, entretanto, é de proclamação. E palavras são o meio menos ambíguo (mesmo que nem sempre sejam elas mesmas totalmente claras) pelo qual a verdade pode ser proclamada. Danças podem honrar a Deus, uma pintura pode glorificar o Criador, e músicas podem agradar ao Senhor, mas nenhuma outra forma de arte pode proclamar a verdade com tanta inteligibilidade como as palavras. Mesmo as palavras, que normalmente são citadas como encorajamento para o uso de histórias e drama, são um tanto ambíguas. É por isso que Jesus contava parábolas: para não ser óbvio. “A vocês foi dado o mistério do Reino de Deus”, disse Jesus aos discípulos. “Mas aos que estão fora tudo é dito por parábolas, a fim de que, ‘ainda que vejam, não percebam; ainda que ouçam, não entendam; de outro modo, poderiam converter-se e ser perdoados! ‘”. (Marcos 4.11-12)

10. Jesus foi um pregador. “Mas ele disse: “É necessário que eu pregue as boas novas do Reino de Deus noutras cidades também, porque para isso fui enviado”.” (Lucas 4.43)

11. A igreja foi fundada sobre os ensinamentos dos apóstolos e dos profetas (Efésios 2.20; cf João 16.13).

12. Ensino e pregação eram partes normativas do culto cristão primitivo. Os primeiros cristãos herdaram dos Judeus uma forte tradição de ensino e pregação (cf Atos 13.14-16; 15.21). Desde os tempos de Esdras, por exemplo, sabemos que os Levitas “instruíram o povo na Lei”. Eles “leram o Livro da Lei de Deus, interpretando-o e explicando-o, a fim de que o povo entendesse o que estava sendo lido” (Neemias 8.7-8; cf 2 Crônicas 15.3). Vemos essa mesma ênfase na igreja do Novo Testamento. Paulo era um pregador (Efésios 3.7-9). Ele ordenou a Timóteo que, principalmente, pregasse e ensinasse (1 Timóteo 4.13) e instruísse os outros a fazerem o mesmo (2 Timóteo 4.2). As principais instruções de Tito eram a respeito do ensinamento de acordo com a sã doutrina (Tito 2.1). Um dos principais papéis dos anciãos era o de ensinar (1 Timóteo 3.2; cf Atos 6.2), tanto que “os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino” (1 Timóteo 5.17). O ensino e a pregação da Escritura eram claramente partes normativas das reuniões da igreja primitiva, se não fossem o evento central de seus cultos.

13. Vivemos de toda palavra que vem da boca do Senhor (Deuteronômio 8.3; Mateus 4.4)

14. Os evangelhos são, antes de tudo, as Boas Novas (Romanos 10.15). As palavras devem ser centrais no culto porque o evangelho é primordialmente uma mensagem – não uma experiência ou expressão, ou mesmo ordens, mas uma declaração de boas novas.

15. Grandes experiências emocionais vêm através de pregações iluminadas pelo Espírito Santo. Dar prioridade às palavras não significa desprezar nossas emoções. Nosso alvo não é usar palavras sábias e persuasivas, mas uma demonstração do poder do Espírito, expressando verdades espirituais em palavras espirituais (1 Coríntios 2.4,13). A verdadeira pregação não simplesmente enche nossas cabeças com conhecimento, mas remove o véu de nossos olhos (2 Coríntios 4.3) e retrata claramente Jesus crucificado (Gálatas 3.1).

16. A palavra de Deus não está morta. É viva e eficaz, mais afiada que qualquer espada de dois gumes, que divide alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e os intentos do coração (Hebreus 4.12; cf Atos 3.37).

17. A transformação à semelhança de Cristo não é menos que uma atividade cognitivo-mental. Precisamos de palavras e verdades para que possamos ser transformados pela renovação de nossas mentes e atingirmos a maturidade do conhecimento do Filho de Deus (Romanos 12.1-2; Efésios 4.13)

18. Jesus habita em nós através de suas palavras. Não há distinção rígida entre a pessoa de Jesus e as palavras de Jesus. Conhecemos Jesus por suas palavras. “Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês”, diz Jesus aos discípulos, “pedirão o que quiserem, e lhes será concedido” (João 15.7). Para Jesus, as duas coisas são intercambiáveis: permanecer nele e suas palavras permanecerem em nós. Quando suas palavras habitam em nós, nós habitamos nele.

19. As promessas de Deus nos sustentam nos tempos difíceis. Por exemplo, o Salmista diz “Lembra-te da tua palavra ao teu servo, pela qual me deste esperança” (Salmo 119.49). E “se a tua lei não fosse o meu prazer, o sofrimento já me teria destruído”( Salmo 119.92). E “antes do amanhecer me levanto e suplico o teu socorro; na tua palavra coloquei minha esperança” ( Salmo 119.147). Apenas a palavra de Deus tem o poder de nos manter em pé quando a vida nos puxa para baixo.

20. Deus exaltou acima de todas as coisas o seu nome e sua palavra ( Salmo 138.2).

21. Quando tudo passar, a palavra de Deus permanecerá (Isaías 40.7-8; 1 Pedro 1.24-25).

22. Nossa única arma na batalha espiritual é a espada do Espírito, que é a palavra de Deus (Efésios 6.10-18; Mateus 4.1-11). Nós combatemos as tentações de desobediência e desespero do diabo ao clamar pelas promessas de Deus e conhecendo quem Deus diz que somos; isso é, nós resistimos ao diabo com palavras e fé nas palavras de Deus a nós.

23. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça (2 Timóteo 3.16).

24. Pelas grandes e preciosas promessas de Deus, somos capazes de participar da divina natureza e fugir da corrupção do mundo causada pela cobiça (2 Pedro 1.4).

25. As Escrituras não podem ser anuladas (João 10.35). Há muita flexibilidade quando se trata do culto congregacional, mas como sabemos que a Escritura é inviolável, e que somos santificados pela verdade, que a palavra é a verdade (João 17.17), seríamos tolos se não priorizássemos o que sabemos ter poder para salvar, transformar e permanecer.


Fonte: Cante as Escrituras